O fim dos tempos.
Posted: 17 de abr. de 2010 by J3An in Marcadores estranho, eu indico, Outras Notícias, outrosMiami (EUA) - Uma coisa que parece estar sendo relevada, mas é muito importante, foi a assinatura do START (Tratado Estratégico para Redução de Armas Atômicas), acordo bilateral entre Estados Unidos da América e a extinta União Soviética que visa a diminuir a quantidade do arsenal nuclear das duas então superpotências, na semana passada.
É a culminação de um processo antigo. O primeiro tratado foi assinado em 31 de julho de 1991 e entrou em vigor em 5 de dezembro de 1994. O acordo impediu os signatários de colocar mais de 6.000 ogivas nucleares acima de um total de 1.600 mísseis balísticos intercontinentais, mísseis balísticos lançados por submarinos e bombardeiros. A negociação do START é o maior e o mais complexo tratado de controle de armas da história, e sua implementação final em 2001 resultou na remoção de cerca de 80 por cento de todas as armas nucleares estratégicas existentes na época. Proposto pelo presidente dos EUA, Ronald Reagan, em junho de 1982, ele foi rebatizado de START I depois que as negociações começaram no segundo tratado START, que se tornou START II.
O tratado START I expirou em 5 de dezembro de 2009. Em 8 de abril de 2010, o novo tratado START foi assinado em Praga pelos presidentes Barack Obama, dos EUA, e Dmitri Medvedev, da Rússia. Isto limitará o número de ogivas nucleares para 1.550, e reduzirá para cerca de dois terços do tratado START original e é 30% mais limitador do que o tratado de Moscou, assinado em 2002, reduzindo o arsenal atômico em poder das duas potências militares: EUA e Rússia.
Apesar do ceticismo de boa parte da população, esta é uma boa notícia. As duas nações que detêm o poderio atômico do planeta estão demonstrando boa vontade no sentido de frear a corrida armamentista e restringir o uso de armas tão destruidoras.
Os presidentes Obama e Medvedev também sinalizaram às outras nações ser uma temeridade continuar desenvolvendo armas nucleares. Isto pode servir para intimidar os inimigos, mas coloca em risco todo o planeta, uma vez que as consequências do disparo de armas atômicas serão devastadoras para o meio ambiente e para as pessoas. O objetivo é alertar Irã, Coreia do Norte, Paquistão e mesmo Israel sobre o uso indevido e irresponsável destas armas.
Evidentemente que, mesmo com a diminuição, os arsenais nucleares de EUA e Rússia possuem capacidade para destruir o mundo – o que é preocupante. Ou seja, muitos interpretam estas ações como mero jogo de cena, uma vez que eles não se livraram completamente de todo o armamento.
Uma coisa, porém, é certa. Apesar do passado atômico dos EUA, com o lançamento das bombas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki na Segunda Guerra Mundial, tudo indica que antes de lançar um ataque desta natureza várias instâncias militares e governamentais seriam consultadas. Em países dominados por regimes despóticos e ditaduras não existe esta preocupação. Ou seja, o maluco de plantão aperta um botão e o mundo tende a lamentar a decisão irresponsável, contabilizando mortes e destruição. Pior, ainda, isto deflagra uma retaliação do inimigo nuclear potencializando a destruição.
A nós, pacifistas, só resta orar para que as mentes dos guardiães destes armamentos nucleares estejam em paz, porque uma guerra com este tipo de arsenal pode significar simplesmente o fim dos tempos.